CASA ITAIPÚ

Esta casa simples e confortavel, localizada em um condomínio próximo ao Lago sul em Brasília, é uma edificação eficiente de baixo custo construida para uma jovem família de funcionários públicos que buscava um lar que oferecesse uma conexão aprimorada com a natureza e uma coesão familiar positiva.

Projetada pelo arquiteto brasiliense Samuel Lamas, a implantação da residência dispoe generosos afastamentos do limite do lote e preserva arvores nativas do cerrado. A silenciosa arquitetura em escala humana é harmonica com a paisagem e os espaços posicionados segundo uma lógica funcional garantem amplitude e se conectam com o jardim por extensas esquadrias em todos os lados.

Os ambientes de convivência são integrados para facilitar a vida: o estar acolhe as duas vistas principais do jardim e a parede que o divide da cozinha preserva visualmente a área de cocção deixando amplo ângulo de visão para o jardim. A cozinha é o coração da casa e recebe um tapete de ladrilho hidráulico colorido com motivos geométricos tradicionais que define o lugar das refeições. O atelier, separado por um móvel multifuncional que também serve à cozinha, tem uso lúdico destinado aos hobbies do casal e sua posição permite observar as crianças enquanto brincam no jardim. A varanda é livre de interferências estruturais para que o jardim seja apreciado em sua totalidade. Os quartos orientados para o nascente tem acesso independente para o quarto de casal. As empenas cegas garantem privacidade aos moradores além de proteger os ambientes do excesso de luminosidade. A garagem no poente recebe um painel de chapa perfurada para ventilação constante na área de serviço e deposito. A piscina é afastada da casa para permanecer ao sol e o deck pocisionado sob a sombra das árvores define um estar ao ar livre.

A casa dispõe de painéis solares para aquecer a água e tem estrutura mista : a cobertura metálica se apoia nos pilares de concreto, presentes no interior das alvenarias, e nos pilares metálicos, mimetizados próximo aos janelões perimetrais. As esquadrias de ferro, confeccionadas artesanalmente, tem basculantes superiores que permitem ventilação cruzada por toda a casa e barras metálicas na parte inferior sinalizam quando as portas estão fechadas. A cobertura plana em aço corten dispensa manutenção e avança na medida exata para sombrear todos os painéis de vidro com pergolados para trepadeiras.

A escolha por soluções e materiais autênticos de baixo custo além de reforçar o caráter simples e honesto da residência possibilitou a construção de 350 m2 com US$ 189.000. O piso de concreto e as paredes de alvenaria, se mostraram a solução mais economica e esteticamente satisfatória aos moradores. Nas áreas molhadas optou-se por um único tipo de granito cinza levigado – o mais econômico encontrado no mercado –que seguia a continuidade cromática do piso cimentício. A parede da fachada principal é revestida de fulget cinza claro para uma sensação natural na varanda e o compensado naval, usado no forro e também no mobiliário da cozinha e banheiros, aquece a casa e conecta todos os ambientes com o exterior.

As cores da paisagem encontram continuidade no mobiliário. O sofá recebe a cor da terra avermelhada local e o tapete do estar remete ao gramado. Muitas peças são assinadas pelo arquiteto Samuel Lamas como o conjunto de sofá e poltronas em ferro e couro, a mesa de centro, a mesa de jantar com cadeiras e o banco da varanda. Com DNA compatível à arquitetura, as peças comunicam com o espaço pela leveza, materialidade e simplicidade geométrica.