APARTAMENTO GURGEL, BRASÍLIA

"De volta ao Brasil, a diplomata Ivana Gurgel queria deixar seu novo lar com a cara dela. Após viver em diversos apartamentos funcionais pelo mundo, era vez de ter um lar destes que ela se sentisse em casa – mesmo que fosse ficar apenas por alguns anos. Para cumprir essa missão, ninguém melhor do que um amigo de longa data, o arquitet Samuel Lamas, que em 2 meses de reforma trouxe não só luz e amplitude para o projeto, mas também a alma delicada e sofisticada da atual moradora.

Para aproveitar a luz do sol que atravessa as grandes janelas do apartamento de 140 m², o arquiteto retirou toda e qualquer divisória desnecessária. Até mesmo marcações, como a que definia o fim da sala de estar e o início da varanda foram apagadas, reunindo a área social em um só ambiente, bastante amplo e claro.

"A ideia é que o espaço sumisse para destacar os objetos e as obras de arte que ela juntou ao longo da vida”, explica Samuel, que além de tirar as divisões, integrou todo o apartamento através do branco das paredes e do piso de cimento queimando. O recurso simples se repete da sala de estar ao banheiro. “Assim, mesmo que algumas paredes permaneceram, temos a impressão de estar sempre percorrendo o mesmo espaço”, explica o arquiteto.

Mais do que isso, Samuel ressalta que o branco fosco não só ajuda a refletir a luz e aumentar a sensação de amplitude, mas também estabelece um diálogo entre o apartamento e o entorno, já que a cor é uma das marcas dos edifícios de brasilienses.

Além de fazer referência ao entorno de forma macro, conversando com a cidade em que fica o apartamento, o lar também foi integrado de forma micro, mesclando-se com a vista logo em frente. As janelas trazem as árvores ao redor para dentro e, mais do que isso, o pequeno jardim com vasos que ocupam o canto da sala, logo em frente a janela, parece quebrar, ao menos simbolicamente, a divisão entre a parte externa e interna.

Na decoração, os tapetes são usados para aquecer e delimitar os ambientes de diferentes funções, bem como para abraçar os móveis garimpados pela moradora, que apesar da formação em engenharia química, sempre gostou de arte e design.

Misturam-se de forma bem harmônica peças assinadas, como o banco de Sergio Rodrigues, e outras que apenas agradaram o olhar treinado de Ivana, como por exemplo, as poltronas dos anos 50 que a diplomata herdou dos pais.

Nas paredes, quadros trazem à tona a memória dos lugares por onde a diplomata passou. “Tem um quadro que eu comprei no Uruguai que sempre que olho me sinto como se estivesse lá, andando de carro e olhando a paisagem pela janela”, conta a moradora que ainda expõe obras vindas da Itália e da Argentina.

O próximo destino da diplomata? Ivana ainda não sabe, e deve esperar a filha de 16 anos se formar antes de tomar qualquer decisão. O que ela já tem certeza é o que vai levar do seu novo lar: “Além dos bons momentos que eu vivi aqui, o lustre estilo Dominici, que compramos especialmente para este apartamento”." Via Casa Vogue Brasil ( importante colocar origem)